O mundo de Meu Malvado Favorito é imensamente popular e, como tal, é uma fonte de inspiração para muitas animações atuais. Uma das coisas mais interessantes sobre o filme é a forma como ele aborda a indústria financeira e suas instituições bancárias. Na trama, o personagem principal, Gru, decide roubar a Lua e precisa de um empréstimo para financiar seu plano malvado. Esse cenário permite que a produção explore diferentes aspectos do mundo dos bancos e do dinheiro.

O primeiro personagem que nos é apresentado na indústria financeira é o Senhor Perkins, que trabalha na Liga Internacional de Anti-Vilões (L.I.A.V.). Embora seja um personagem secundário, ele desempenha um papel importante na trama, pois é ele quem oferece a Gru a quantia necessária para o roubo da Lua. Perkins é retratado como um executivo carrancudo e sempre preocupado com o lucro, mostrando uma visão crítica sobre a relação entre a indústria financeira e a ganância.

Outro exemplo é o banco onde Gru solicita o empréstimo, que é representado como burocrático e insensível aos seus clientes. Embora a cena seja cômica, ela ressalta a falta de humanidade que muitas vezes é encontrada em instituições financeiras. Gru precisa preencher uma papelada imensa e é submetido a uma série de exigências ridículas, como apresentar uma foto da mãe como garantia. Essa cena não só ironiza a burocracia bancária, mas também destaca a necessidade de ter um grande patrimônio para se ter acesso a qualquer tipo de benefício.

Além dos aspectos cômicos, o filme também apresenta uma crítica social sobre a função dos bancos na sociedade. Quando Gru finalmente consegue o empréstimo, ele é obrigado a entregar ao banco a sua casa - a qual foi hipotecada - como garantia, algo que nos faz pensar sobre a forma como os bancos usam a propriedade privada e o patrimônio como uma forma de controle. A preocupação do banco não é com o bem-estar do cliente, mas sim com a garantia do seu lucro a todo custo.

Em geral, a representação da indústria financeira em Meu Malvado Favorito é bastante crítica, e a animação consegue transmitir essa mensagem de forma bastante acessível e bem-humorada. Ao expor as formais de corrupcão e exploração que muitas vezes ocorrem dentro do sistema bancário, o filme nos faz refletir sobre o impacto negativo que a falta de ética pode ter na sociedade.